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Os novos desafios para a Indústria

Desafios da indústria potenciados pelo progresso tecnológico

À medida que a volatilidade e incerteza na economia e sociedade mundiais se tornam mais evidentes, maior é o foco e relevância em desenvolver sistemas de produção flexíveis e conectados que permitam rapidamente analisar cenários alternativos e reagir a constrangimentos da cadeia de valor ou mudanças de mercado.

Isto requer não apenas que as máquinas sejam sensorizadas e conectadas a sistemas avançados de execução (sistemas MES – Manufacturing Execution Systems), mas também que esta conetividade seja tão pouco intrusiva quanto possível, idealmente sem fios, assegurando assim a maximização da flexibilidade dos processos no chão de fábrica. Atualmente existe uma miríade de formas de o fazer, mas com o 5G poderemos ter um novo paradigma para o futuro.

Ao contrário do nível de maturidade atual desta tecnologia, quando falamos de sistemas de telecomunicações móveis, na sua utilização de dados e voz, a tecnologia 5G encontra-se ainda numa fase embrionária na sua aplicação na indústria, mas o potencial tecnológico é imenso.

Seguramente começarão a surgir equipamentos, a um custo competitivo, que nos permitam tirar todo o potencial, nomeadamente em aplicações de sensorização wireless com equipamentos terminais de baixo custo alimentados a bateria, aplicações para comunicação ultra robusta entre equipamentos – permitindo assim casos de uso como robótica móvel, ou mesmo aplicações com altas taxas de transferência de dados possibilitando assim casos de uso como sistemas de imagem dotados de inteligência de gestão, por exemplo, gestão logística do chão de fábrica com recurso a sistemas de visão.

Por último, podemos ainda considerar sistemas de realidade virtual/realidade aumentada, durante tantos anos mais associados a aplicações lúdicas, mas tão úteis em ambientes industriais, sobretudo em tempos de pandemia, para assistência remota, prometendo a redução dos custos, pela eliminação ou redução da componente física do problema (custo e tempo de viagens, indisponibilidade de recursos humanos críticos, etc.)

 

…começarão a surgir equipamentos, a um custo competitivo, que nos permitam tirar todo o potencial, nomeadamente em aplicações de sensorização wireless com equipamentos terminais de baixo custo…

 

Esta fase, ainda embrionária da tecnologia, gera, na verdade, uma oportunidade única ao possibilitar o desenvolvimento de novos produtos e serviços diferenciadores. Se é normal usarmos a nossa perificidade como fator negativo, é um facto que, ao eliminar a componente física do problema, poderemos concorrer de igual para igual com outros parceiros mais próximos do mercado destino, com uma vantagem adicional: a abundância de recursos humanos de elevadíssima qualidade que possuímos no nosso país.

Com esta tecnologia, respetivos casos de uso, e com muita capacidade inovadora, poderemos endereçar os desafios atuais e futuros do chão de fábrica, melhorar processos industriais (flexibilidade, eficiência, produtividade e controlo de processos críticos) e construir a base para novos modelos de negócio que possam contribuir para modificar o perfil e posicionamento do nosso país na economia mundial.

 

Nelson Ferreira

Industry 4.0 Coordenation @ Bosch Termotecnologia S.A.

Nelson Ferreira

 

 

 

 

 

 

Referências

Bresimar Automação (2021). Revista Técnica Nº3, Aveiro.

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